"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A Importância dos Grupos de Pesquisa na formação acadêmica do Historiador

A formação acadêmica do historiador é um processo multifacetado que vai além da mera assimilação de conteúdos. Trata-se de um percurso de desenvolvimento de habilidades críticas, analíticas e interpretativas, bem como de aprimoramento de técnicas de pesquisa e produção textual. Nesse contexto, os grupos de pesquisa assumem um papel fundamental, oferecendo um ambiente propício para o aprendizado colaborativo e a troca de experiências entre pares.

Em nosso grupo de pesquisa, recentemente fizemos uma brincadeira audiovisual: filmar formigas em seu habitat natural, simulando um ambiente de trabalho em equipe. Através dessa experiência lúdica, pudemos observar de forma divertida e intrigante como esses pequenos insetos colaboram entre si para realizar tarefas complexas. As formigas, sem qualquer planejamento formal, demonstravam organização, comunicação e divisão de trabalho, características essenciais para o sucesso de qualquer pesquisa.



Assim como as formigas, os historiadores que integram um grupo de pesquisa se beneficiam da colaboração mútua para alcançar seus objetivos. Através do diálogo interativo, do compartilhamento de ideias e da divisão de tarefas, o trabalho em equipe permite:

  • Ampliar a visão e o conhecimento: Cada membro do grupo contribui com suas experiências e perspectivas singulares, enriquecendo o debate e abrindo novas possibilidades de análise.
  • Aprimorar habilidades de comunicação: A necessidade de articular ideias e argumentos com clareza e precisão para seus pares desenvolve a comunicação oral e escrita dos participantes.
  • Desenvolver o senso crítico: A constante troca de ideias e a análise crítica de diferentes pontos de vista aguçam o senso crítico e a capacidade de questionar e problematizar as fontes históricas.
  • Aprender com a experiência dos outros: O contato com colegas mais experientes permite aos alunos aprender com seus erros e acertos, acelerando seu processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional.
  • Superar desafios e obstáculos: A união de esforços e a colaboração mútua facilitam a superação de desafios e obstáculos que podem surgir durante a pesquisa.
O vídeo produzido com uma brincadeira com as formigas, embora simples, nos ensinou valiosas lições sobre a importância do trabalho em grupo na pesquisa histórica. Através da colaboração, do diálogo e da troca de experiências, os grupos de pesquisa se tornam verdadeiros laboratórios de aprendizagem, onde os futuros historiadores podem desenvolver as habilidades e conhecimentos necessários para uma carreira profissional de sucesso.

O GPHAVI, como grupo de pesquisa dedicado à História Ambiental, oferece um espaço propício para que estudantes e pesquisadores se engajem em projetos inovadores e relevantes para a sociedade. Através da participação em suas atividades, os membros do grupo podem aprofundar seus conhecimentos sobre a temática, desenvolver suas habilidades de pesquisa e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica.

Convidamos todos os interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a História Ambiental e em desenvolver suas habilidades de pesquisa a se unirem ao GPHAVI. Juntos, podemos construir um futuro mais promissor para a pesquisa histórica e para a sociedade como um todo.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

TBT: Adaptação do GPHAVI durante a Pandemia COVID-19

Durante o período da COVID-19, o contato humano sofreu um impacto significativo. No GPHAVI, costumávamos ter um contato frequente, principalmente devido à nossa sala de laboratório dedicada, onde os bolsistas trabalhavam em suas Iniciações Científicas. Realizávamos reuniões semanais para estudos e orientações, mas tudo mudou com a chegada da pandemia.

No início, foi uma fase de adaptação, buscando encontrar novas formas de interação. A descoberta e familiarização com ferramentas de videoconferência tornaram-se essenciais, gradualmente substituindo nossos encontros presenciais pelo ambiente virtual. Para registrar e relembrar esse momento desafiador, produzimos até um vídeo, compartilhado em nosso canal.
Após a COVID-19 retomamos os encontros presenciais. Esperamos ansiosos por momentos de união para estudos e orientações, revivendo a experiência de aprendizado e colaboração que tanto valorizamos em nosso grupo nestes 19 anos de existência.

As mudanças foram desafiadoras, mas nosso comprometimento e adaptabilidade nos permitiram manter viva a essência do GPHAVI. Estamos ansiosos para um futuro próximo, repleto de oportunidades de aprendizado e colaboração presencial. Fiquem atentos para mais atualizações e novidades em nosso canal. Juntos, estamos ansiosos para escrever os próximos capítulos dessa jornada de descobertas e aprendizados!

Vamos reviver assistindo o vídeo:



terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Explorando o tema da Caça no Vale do Itajaí: Um Vídeo Imperdível!

Olá pessoal!

Estou empolgado para compartilhar um material valioso sobre a caça no Vale do Itajaí. No nosso canal do GPHAVI, disponibilizamos um vídeo instigante ministrado pelo ecologista Lauro Eduardo Bacca. Ele aborda diversos aspectos sobre a prática da caça na região e suas implicações no ecossistema local. Vale a pena conferir!



A caça, infelizmente, tem sido um fator desafiador para a preservação dos ecossistemas locais. Algumas pesquisas de Iniciação Científica feitas no GPHAVI demonstram como ela é presente na História e pode ser um fator que desestabiliza a ecologia do ambiente. As pesquisas revelam um valioso registro histórico da memória dos moradores de propriedades no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí acerca da fauna . Estes relatos resgatam lembranças das caçadas e dos animais que habitavam a região.

Os resultados demonstraram a intensidade das caçadas na região e evidenciaram como essa prática excessiva levou à extinção de duas espécies nativas: a Anta (Tapirus terrestris) e a Jacutinga (Pipile jacutinga). Em relatos dos moradores locais, é possível entender como a caça era comum, inclusive dentro do parque.

As entrevistas realizadas pelo Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí revelam detalhes marcantes. Moradores de Botuverá mencionaram avistamentos frequentes de antas e jacutingas, indicando a presença dessas espécies na região. Também foram compartilhadas práticas relacionadas aos animais caçados, como o aproveitamento dos restos mortais. Segundo relatos, "o couro das antas era vendido, e o que sobrava ficava com um morador que posteriormente também comercializava".

Entretanto, as lembranças dos moradores são acompanhadas por um lamento pelo desaparecimento progressivo dessas espécies. Em um relato, um morador da Nova Rússia menciona a extinção das antas na região, atribuindo o desaparecimento à caça e à destruição do habitat.

Ao refletir sobre esses documentos, é evidente a conexão entre as memórias dos moradores e a triste realidade do desaparecimento das espécies nativas. As lembranças de uma fauna abundante remetem à preocupante situação atual de perda da biodiversidade.

A preservação da fauna local se torna uma reflexão crucial à medida que exploramos esses relatos, reforçando a necessidade de ações efetivas para proteger e conservar nossa rica biodiversidade.


📹🌳 #ConservaçãoAmbiental #ValeDoItajaí #PreservaçãoDaBiodiversidade

sábado, 27 de janeiro de 2024

Resgatando a História Ambiental da Mata Atlântica no entorno do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia no século XX.

🌿📽️ Episódio 01 - Resgatando a História Ambiental da Mata Atlântica no entorno do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia no século XX.

Estamos entusiasmados em compartilhar o primeiro episódio deste documentário especial! O vídeo, uma reprodução de uma incrível pesquisa de Iniciação Científica realizada em 2005 por Martin Stabel Garrote, estudante de História, e Gilberto Friedenreich dos Santos, professor orientador do Departamento de História e Geografia da FURB - Universidade Regional de Blumenau. Esta pesquisa recebeu suporte do PIPe - Programa de Incentivo à Pesquisa na FURB, com recursos de Bolsa de Iniciação Científica pelo Art. 170 da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina.

Esse documentário é parte do Projeto de Extensão: "Iniciações Científicas do GPHAVI", um esforço para divulgar as pesquisas em História Ambiental realizadas desde 2004 pelo GPHAVI - Grupo de Pesquisa de História Ambiental do Vale do Itajaí na FURB. As Iniciações Científicas envolvem estudantes da FURB, cujos estudos são apresentados na MIPE - Mostra Integrada de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura. A produção dos bolsistas resulta em relatórios, artigos e resumos que são exibidos como pôsteres no evento. Nosso canal visa divulgar essas valiosas produções. Estaremos utilizando imagens e informações desses pôsteres/pesquisas para criar pequenos vídeos no formato de documentários.

Esse projeto é coordenado pelo pesquisador do grupo, Martin Stabel Garrote, desde 2020, e representa um esforço contínuo para trazer à luz a rica história ambiental da região. 
Assista aqui:




Em breve novos episódios!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Documentários e a História Ambiental: o estudo de Suzana Beatriz Peters

A História Ambiental é uma disciplina que explora as interações entre o ser humano e o meio ambiente ao longo do tempo. Documentários desempenham um papel crucial ao trazer narrativas visuais e históricas que ilustram essas relações complexas e podem ser analisadas por essa perspectiva teórico metodológica. Essa fonte, documentários,  se tornam valiosos objetos de pesquisa para análises dentro desse campo de estudo, vejamos:

O caso do documentário An Inconvenient Truth, assista o trailer:



Primeiramente, os documentários oferecem uma janela para compreendermos as percepções passadas e presentes sobre o ambiente. Por exemplo, "An Inconvenient Truth" de Al Gore, focado nas mudanças climáticas, trouxe uma perspectiva contemporânea sobre um tema ambiental urgente. Analisar como o filme apresenta e interpreta os dados científicos pode ser um estudo importante dentro da História Ambiental.

O caso do documentário The Cove, assista o trailer:



Além disso, os documentários muitas vezes revelam relações de poder, políticas e ações humanas que afetam o ambiente. "The Cove", que expõe a matança de golfinhos no Japão, não só apresenta questões ambientais, mas também políticas e culturais que influenciam essa prática. Analisar como tais documentários abordam essas complexidades é crucial para entender as dinâmicas entre sociedade e meio ambiente.

O caso do documentário Food, Inc., assista o trailer:



A análise de viés na História Ambiental também é essencial ao estudar documentários. Por exemplo, "Food, Inc." explora os impactos da indústria alimentícia, mas também pode ser analisado criticamente em termos de quais perspectivas são incluídas ou excluídas na narrativa apresentada.

Esses exemplos evidenciam como os documentários fornecem um olhar multifacetado sobre as interações humanas com o ambiente. Eles são objetos valiosos para a pesquisa na História Ambiental, permitindo a análise de percepções, políticas, relações de poder e viés narrativo que moldam nossa compreensão do ambiente ao longo do tempo e espaço.

O caso do documentário Ser Tão Velho Cerrado, assista o trailer:



Neste contexto  é notável a contribuição de pesquisas acadêmicas, como o TCC apresentado por Suzana Beatriz Peters, para o campo da História Ambiental, especialmente quando relacionadas a documentários. A pesquisa detalhada sobre o documentário "Ser Tão Velho Cerrado" e sua análise sob a perspectiva da História Ambiental revela aspectos essenciais das relações entre sociedade e meio ambiente.

A compreensão dos discursos presentes no documentário e sua relação com a APA de Pouso Alto oferece uma visão abrangente sobre as dinâmicas territoriais e os conflitos ambientais presentes na região. O embate entre discursos utilitaristas e preservacionistas, protagonizado pelos ruralistas e pelos povos cerradeiros, respectivamente, destaca as divergências e os desafios enfrentados na conservação desse importante patrimônio natural.

Os achados da pesquisa, evidenciando os impactos das atividades econômicas na região, como a mineração e o agronegócio, demonstram as consequências ambientais e sociais dessas práticas. Ao mesmo tempo, destacam-se as alternativas sustentáveis propostas pelos povos cerradeiros, como o ecoturismo e a agricultura familiar, que buscam um equilíbrio entre desenvolvimento e conservação.

O envolvimento prévio de Suzana em Iniciações Científicas no GPHAVI, culminando na elaboração deste projeto de pesquisa para o seu TCC, ilustra o potencial das pesquisas interdisciplinares e o papel fundamental da investigação acadêmica na compreensão e enfrentamento dos desafios ambientais contemporâneos. O engajamento da comunidade acadêmica e interessados na temática ambiental será essencial para promover a conscientização e a busca por soluções para a preservação do Cerrado e áreas protegidas como a APA de Pouso Alto. 

A pesquisa de Suzana Beatriz Peters é um exemplo inspirador do poder transformador das pesquisas em História Ambiental e a análise de documentários, fornecendo conhecimento e um papel na promoção de debates e ações para a conservação ambiental e a sustentabilidade. Conhecer e valorizar iniciativas como essa é fundamental para a construção de um futuro mais consciente e equilibrado entre sociedade e ambiente.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Documentário sobre o Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia (PARNA Serra do Itajaí)

Olá a todos!

É com grande satisfação que trazemos para vocês o documentário "Memórias do Parque", uma viagem fascinante pela história do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, carinhosamente conhecido como Parque das Nascentes.

Criado em 1998, este local único, situado no Sul de Blumenau e Indaial, guarda consigo uma riqueza inigualável de histórias e legados. Este documentário especial é um mergulho nas memórias de antigos moradores da região e dos pesquisadores que testemunharam a transformação e a importância deste lugar antes e depois de sua criação.

Com uma duração de 55 minutos, este filme não apenas revela a trajetória do Parque das Nascentes, mas também traz extras imperdíveis, como um álbum de fotos com 32 imagens marcantes. O material está em formato 4:3 Full Screen, áudio em português, sistema de cor NTSC e som em estéreo.

Produzido em 2006, com recursos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura da Prefeitura Municipal de Blumenau, este projeto tomou vida e foi finalizado em 2007, culminando na distribuição nas escolas municipais de ensino fundamental de Blumenau.

Os realizadores desse emocionante documentário são Martin Stabel Garrote, Vanessa Dambrowski e Diego Dambrowski, que cuidadosamente capturaram a essência e a importância deste espaço único.

Assistam a seguir:




Para conhecer mais detalhes e ter acesso a essa rica fonte de informações, visite nosso blog em www.gphavi.blogspot.com ou entre em contato pelo e-mail gphavi.furb@gmail.com.

Abrace essa oportunidade de explorar as histórias que moldaram o Parque das Nascentes e descubra a beleza por trás de suas memórias.

Contamos com a sua participação nessa jornada pela preservação e valorização desse espaço tão especial!

sábado, 20 de janeiro de 2024

Sertão sofredor, música de Luiz Gonzaga: um ensaio de História Ambiental

Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião", nasceu em 1912 em Exu, no sertão de Pernambuco, e faleceu em 1989. Sua música foi essencial para difundir e popularizar o baião, um ritmo nordestino, em todo o Brasil. Ele é reconhecido por seu papel na valorização e na disseminação da cultura nordestina por meio de suas canções. Luiz Gonzaga incorporou elementos das tradições musicais do nordeste brasileiro, como o baião, o xote e o forró, misturando-os com influências da música popular da época. Suas letras frequentemente abordavam temas como a vida no sertão, a seca, a cultura popular, as festividades e a vida do povo nordestino. Muitas de suas músicas tornaram-se verdadeiros hinos regionais, como "Asa Branca" e "Juazeiro".

Além de suas contribuições musicais, Luiz Gonzaga desempenhou um papel significativo na popularização do forró no Brasil, levando esse estilo musical para além do Nordeste e conquistando fãs em todo o país. Sua influência na música brasileira é imensa, sendo lembrado como um ícone cultural que preservou e divulgou as riquezas das tradições do nordeste brasileiro por meio de suas composições.

Tendo isso em vista, e que a abordagem da História Ambiental busca compreender as interações entre sociedade e ambiente ao longo do tempo. Ao analisar uma das música de Luiz Gonzaga conseguimos diversos elementos para um ensaio sobre a História Ambiental de sua música. Vamos aqui explorar a música "Sertão Sofredor", você conhece? Escuta e observe a canção:



Na letra da música "Sertão Sofredor" de Luiz Gonzaga podemos identificar uma narrativa rica em elementos que descrevem a relação entre as condições ambientais e a vida das pessoas no sertão nordestino. Observem a letra:

Ah, meu sertão véio sofredô! Terrazinha pesada da gota! Terra mole, vote...
Quando chove lá, chove prá derreter tudo. A terra vira lama, a cheia acaba com os pobres, açudão pro mundo...Aquilo num é nem chuva, é dilúvio! E quando não chove é mais pior meu chefe! É o verão brabo! Torrando tudo, lascando, acabando com o que era verde! Home... Pulo verão no meu sertão, de verde só fica mermo pano de bilhar, óculo reiban e pena de papagaio! É um desadouro meu chefe!
Ah, Sertão Veio sofredor!
Inté Paulo Afonso, que era a redenção do Nordeste, virou coisa de luxo. Só está servindo móde iluminar as cidade grande.
Cadê as fábrica?
Cadê as industria?
Cadê as coisa boa anunciada pro Nordeste?
E se vier outra seca lascada?
Ah! Ah! È uma praga meu chefe...
Ah! Sertãzinho sofredor...
É por isso que eu canto:
Posso falar? - Pode...
-Cantando: Quero falar
Do meu sertão
Meu sertãozinho
Desprezado como o que
Peço a atenção
De toda gente
Prá minha terra
Terra do meu bem querer

Matéria-prima
Tudo temos de primeira, sim
Valor humano
Gente honesta e ordeira também
O que nos falta então
É uma ajuda leal
Do grande chefe
Do governo Federal
Pois é...


A letra revela a vulnerabilidade do sertão diante das intempéries climáticas, destacando a alternância entre períodos de chuva intensa e secas prolongadas. Essa dinâmica climática extremamente desafiadora afeta diretamente a vida dos habitantes locais, causando dificuldades na agricultura, destruição de plantações e a escassez de recursos hídricos.

Luiz Gonzaga retrata também a transformação do ambiente, mencionando a degradação da natureza pelo avanço da seca e pela falta de estrutura para lidar com as condições adversas. A referência à energia de Paulo Afonso, inicialmente vista como redentora para a região, é apresentada como algo que agora serve apenas às grandes cidades, evidenciando a exclusão do sertão desses avanços.

Além disso, a música traz críticas à ausência de investimentos e oportunidades de desenvolvimento na região, destacando a necessidade de uma intervenção mais ativa do governo federal para fornecer suporte e melhorar as condições de vida das comunidades do sertão.

Nesse contexto, a música não apenas expressa a dor e as dificuldades enfrentadas pelo povo do sertão, mas também clama por atenção, reconhecimento e apoio para uma região com potencial humano e recursos naturais valiosos, mas frequentemente negligenciada pelas políticas públicas e pelo desenvolvimento econômico nacional.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A música e a História Ambiental

Analisar músicas pela lente da História Ambiental é explorar as relações entre sociedade, ambiente e suas transformações ao longo do tempo, utilizando composições musicais como fontes de compreensão das interações entre humanos e o meio ambiente. Um bom caminho para realizar estudos de História Ambiental ad música é a musica popular brasileira. A música popular brasileira oferece um vasto campo de estudo para essa abordagem, permitindo-nos compreender não apenas as paisagens naturais, mas também as experiências e percepções das pessoas em relação ao ambiente.

Escuta e observa essa música:




Através da música, é possível observar a representação de diferentes ambientes, suas condições e as influências desses contextos na vida das comunidades. Por exemplo, obras como "Cálice", de Chico Buarque e Milton Nascimento, utiliza metáforas e simbolismos que remetem à degradação social e ambiental, transmitindo a sensação de opressão e sufocamento vivenciada na época.

Escuta e observa essa música:




Neste exemplo da obra de Caetano Veloso, "Sampa" retrata a transformação da paisagem urbana de São Paulo. A canção revela a dualidade entre a natureza e a urbanização crescente da cidade, evidenciando como essas mudanças afetaram não apenas o ambiente físico, mas também a identidade e as relações das pessoas com o espaço.

Escuta e observa essa música agora!



A música nordestina também oferece um rico campo para análise. Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião", em suas composições, frequentemente abordava as condições climáticas adversas do sertão nordestino. Em músicas como "Asa Branca", ele retrata a seca como uma realidade marcante na vida do povo sertanejo, revelando os desafios enfrentados em meio à escassez de água e à devastação da paisagem.

Essas músicas são reflexos das experiências humanas em relação ao ambiente, permitindo-nos compreender não apenas as condições naturais, mas também as interações sociais, políticas e econômicas que moldam e são moldadas pelo ambiente. Através da análise das letras, melodias e contextos históricos das músicas populares brasileiras, é possível desvendar narrativas ambientais e compreender como as mudanças no meio ambiente influenciam e são influenciadas pelas sociedades ao longo do tempo.

sábado, 13 de janeiro de 2024

Na história anda a natureza, e na natureza anda a história... um exercício de poética ambiental!



"Sou um historiador caminhante, percorrendo terras onde minha presença ecoa. 
Uma paisagem se revela diante de mim, repleta de natureza, seja urbana, rural ou selvagem. 
A natureza reluz em sua plenitude, pois tudo o que testemunho é ela. 
Ela se entrelaça à minha vida, ao meu caminhar, à minha visão; é parte intrínseca da minha história, pois eu sou ela, somos todos ela!

Assim, não concebo minha história, nossa história, sem essa presença, pois é a natureza que a molda, que dá forma às nossas vivências. Na dança da história, a natureza é a parceira essencial, o palco por onde ela se desenrola, o cenário onde cada capítulo se desdobra.

A história se entrelaça à natureza, e a natureza à história, cada passo que dou é uma página virada, uma narrativa traçada no tecido da terra, nas águas que correm, no sussurro das folhas ao vento. Somos testemunhas e atores nesse grande espetáculo da vida, onde o enredo se desdobra entre montanhas, rios e florestas, onde cada árvore, cada pedra, conta uma história milenar.

Em cada passo, a história se inscreve na terra, na paisagem que me cerca. Na tessitura desse encontro, somos coautores, cada um deixando sua marca no livro aberto do tempo. Pois é na união indissociável entre história e natureza que encontramos a essência da vida, onde cada linha traçada revela o pulsar da existência."


O poema "Na história anda a natureza, e na natureza anda a história" de Martin Stabel Garrote, se expressa uma profunda interconexão entre a história e o ambiente natural, refletindo os princípios fundamentais da História Ambiental. O eu lírico se identifica como um historiador que percorre terras e testemunha a presença onipresente da natureza em diferentes cenários, sejam eles urbanos, rurais ou selvagens. Essa percepção evidencia a centralidade da natureza na sua jornada, ressaltando-a como um elemento essencial em sua vida e na construção das narrativas históricas.

A natureza é apresentada como parte integrante da própria identidade, onde a relação entre o historiador e o meio ambiente é descrita como uma simbiose. Esse olhar reflete a compreensão de que a história não pode ser dissociada da natureza, pois é ela que molda e influencia diretamente as experiências humanas ao longo do tempo.

O poema enfatiza a interdependência entre história e natureza, descrevendo a natureza como um cenário ativo onde os eventos históricos se desenrolam. A integração entre esses dois elementos é retratada como um grande espetáculo da vida, onde cada elemento natural - montanhas, rios, florestas - carrega consigo uma história ancestral.

Cada passo dado pelo historiador é comparado a uma página virada, revelando a narrativa contínua que se desenrola na terra. Essa visão reforça a ideia de que somos participantes ativos na construção da história, deixando nossa marca no tecido do tempo ao interagir com o ambiente natural. 

O poema sugere uma visão holística e integrada da história e da natureza, destacando a importância de compreendermos a história humana como parte de uma narrativa mais ampla que engloba os processos naturais. Essa perspectiva ressalta a intrínseca ligação entre seres humanos e o ambiente, enfatizando a necessidade de preservação e compreensão da natureza para uma compreensão completa da história.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

GPHAVI no Instagram!

Queridos leitores do nosso blog e seguidores dedicados da Fanpage do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí, temos uma emocionante novidade para compartilhar com vocês!

A partir desta semana, expandimos nossas fronteiras para o mundo vibrante do Instagram. Agora, você pode nos seguir @GPHAVI para ficar por dentro de todas as atividades, descobertas e paixões relacionadas à História Ambiental e às pesquisas fascinantes que desenvolvemos. No Instagram, compartilharemos momentos dos bastidores, informações exclusivas sobre nossos projetos e, é claro, belas imagens que capturam a essência da nossa pesquisa e da riqueza do ambiente em que estamos inseridos.

A sua participação é fundamental para fortalecer essa comunidade que valoriza a pesquisa e o entendimento profundo da relação entre sociedade e meio ambiente ao longo do tempo. Portanto, convidamos todos vocês a nos seguir no Instagram, curtir e compartilhar nossas publicações, e, claro, deixar seus comentários e insights valiosos.

Ah, e não se esqueçam de continuar acompanhando nossas atividades no Facebook e no nosso blog! Nosso compromisso com a disseminação do conhecimento e a construção de uma comunidade envolvente está mais forte do que nunca.

Juntos, podemos explorar as maravilhas da História Ambiental e inspirar uma conexão mais profunda entre as pessoas e o meio ambiente. Mal podemos esperar para compartilhar essa jornada empolgante com todos vocês!

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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Integrando os níveis da História Ambiental: Natureza, Sociedade e Pensamento

Ao adentrar a pesquisa de História Ambiental, o Historiador Ambiental Donald Worster destaca a importância de considerar três distintos níveis de estudo e integrá-los de forma harmoniosa na narrativa e nos resultados. 

O primeiro nível se concentra no entendimento da natureza em si, sua organização e funcionamento ao longo do tempo. Isso engloba tanto os elementos orgânicos quanto os inorgânicos, inclusive o papel do ser humano nas complexas cadeias alimentares ecológicas. Este estágio exige a exploração de obras de História Natural, Ecologia, levantamentos florísticos e faunísticos, além de estudos biológicos, visando descrever com detalhes uma região específica. É fundamental apresentar as características tanto abióticas quanto bióticas do ambiente.

O segundo nível da história ambiental introduz o componente socioeconômico, demonstrando sua interação com o ambiente. Aqui, o foco recai sobre as ferramentas de trabalho, as relações sociais que emergem desse contexto laboral e os diversos métodos criados pelos povos para produzir bens a partir dos recursos naturais. Comunidades com atividades como a pesca marítima possuem instituições, papéis de gênero e ciclos sazonais singulares se comparadas àquelas que se dedicam à criação de ovelhas nas altas montanhas. A distribuição desigual do poder na sociedade influencia as decisões que afetam o ambiente, sendo crucial analisar tais configurações de poder neste nível de estudo. É necessário descrever como a sociedade extrai matéria e energia do ambiente para seu desenvolvimento, compreendendo como o trabalho transforma elementos naturais em recursos utilizados no ambiente construído. Isso inclui a descrição das atividades humanas, processos de ocupação, exploração, avanços tecnológicos e seus impactos ambientais.

O terceiro nível de análise proposto por Worster é o mais intrínseco e exclusivamente humano, abordando aspectos mentais e intelectuais. Aqui, entram em cena percepções, valores éticos, leis, mitos e outras estruturas de significação que permeiam o diálogo entre indivíduos ou grupos e a natureza. As pessoas constantemente moldam sua visão de mundo, definem recursos, determinam comportamentos ambientalmente responsáveis e escolhem seus objetivos de vida. Neste ponto, é essencial descrever como a sociedade em estudo concebe a natureza e, a partir disso, como o ambiente natural e social se entrelaçam na cultura, evidenciando como natureza e cultura se influenciam mutuamente. Além disso, é importante explorar quais elementos psicológicos sustentam a concepção de natureza, desde sua transformação do elemento natural até sua integração no contexto social.

Worster ressalta que, apesar da distinção para fins de clareza, esses três níveis de estudo ambiental constituem, na verdade, uma investigação única e dinâmica. Aqui, natureza, organização social e econômica, pensamento e desejos são tratados como partes de um todo interligado. Essa totalidade se transforma conforme a evolução da natureza e das pessoas, numa dinâmica que atravessa todo o passado e persiste até o presente. Em suma, este é o cerne do programa da nova história ambiental: produzir uma narrativa integrada que englobe e harmonize os diferentes níveis de estudo.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Poética Ambiental: Explorando a Natureza na Poesia Brasileira e sua Relevância na História

A História Ambiental é uma área que busca compreender as interações entre sociedade e natureza ao longo do tempo. Ao estudar poesia dentro desse campo, ela se revela uma ferramenta rica para entender não apenas a visão estética e emocional do mundo natural, mas também as relações culturais, sociais e históricas que as pessoas mantiveram com o ambiente.

A poesia, como expressão artística, muitas vezes reflete a cosmovisão de uma sociedade em relação à natureza. No contexto da História Ambiental, ela pode ser analisada para revelar como as pessoas percebiam, interagiam e interpretavam o meio ambiente em diferentes épocas.

Na literatura brasileira, há exemplos marcantes de poesia que abordam temas ambientais, como a relação entre o homem e a natureza, a beleza dos ecossistemas, as transformações do ambiente natural e as reflexões sobre a degradação ambiental.

Um exemplo clássico é o poema "Canto de regresso à pátria", de Oswald de Andrade. Neste poema, há uma forte conexão com a natureza, com a descrição de paisagens brasileiras e a relação do eu lírico com a terra, expressando uma identidade nacional que se conecta ao ambiente.

Canto de regresso à pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.

(in Poesias Reunidas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1971.)



Na frase "Minha terra tem palmares", Oswald de Andrade, revela uma relação intrínseca entre a identidade do sujeito lírico e a conexão emocional com a terra e o espaço geográfico. Na perspectiva da História Ambiental, essa peça poética pode ser analisada de várias maneiras. Em primeiro lugar, a expressão "Minha terra" ressalta a relação pessoal e emocional do sujeito com o local de origem, destacando elementos naturais e sociais que se destacam na memória afetiva, como palmares, mar, pássaros e rosas. Esses elementos são componentes do ambiente natural, que são significativos na construção da identidade.

A ênfase no contraste entre os passarinhos locais e os "de lá" ressalta uma idealização do ambiente natural do lugar de origem, demonstrando uma percepção de superioridade ou nostalgia em relação às características naturais que o poeta associa ao seu "lar".

A menção a "mais ouro", "mais terra" e a busca por "progresso" pode ser interpretada como uma aspiração por desenvolvimento, progresso material e social, características frequentes na história de São Paulo, uma cidade marcada por uma rápida transformação urbana e industrial no período em que o poema foi escrito.

A expressão "não permita Deus que eu morra / Sem que volte pra São Paulo" evidencia um forte desejo de retorno ao local de origem, enfatizando o vínculo emocional e afetivo com esse ambiente.

Na análise pela perspectiva da História Ambiental, esse poema revela não apenas a relação íntima do sujeito com a terra e a natureza, mas também reflete aspectos da relação entre indivíduo e espaço geográfico, destacando como as experiências pessoais são moldadas e influenciadas pelo ambiente natural e pelo contexto histórico-social.

Outro exemplo e dica para estudos de História Ambiental com poemas que deixo aqui é a obra de Carlos Drummond de Andrade, especialmente em poemas como "Mãos dadas" e "O Lutador". Apesar de não serem especificamente voltados à natureza, eles retratam a conexão do homem com o mundo ao seu redor, onde o ambiente natural muitas vezes é um pano de fundo das reflexões sobre a existência humana. Que rico né?

Através da análise dessas poesias e de outras obras literárias, os historiadores ambientais podem identificar percepções, valores e práticas relacionadas à natureza em diferentes momentos históricos. Essas análises revelam não apenas as mudanças na visão da natureza ao longo do tempo, mas também como essas percepções influenciaram as interações humanas com o ambiente, auxiliando na compreensão da história ambiental de uma sociedade.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

A importância do Currículo Lattes para bolsistas de Iniciação Científica

Olá, bolsistas de Iniciação Científica do GPHAVI!

Como vocês sabem, o Currículo Lattes é um documento online que reúne informações sobre a formação acadêmica, produção científica e atividades profissionais de pesquisadores, professores e estudantes. Ele é gerenciado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e é um documento importante para a carreira acadêmica.

Para os bolsistas de Iniciação Científica, o Currículo Lattes é ainda mais importante, pois ele é utilizado para avaliar a qualificação profissional dos estudantes e para selecionar candidatos a bolsas de estudos e outros benefícios.

É importante que todos os bolsistas do GPHAVI tenham um Currículo Lattes completo e atualizado, inserindo as informações dos projetos que participou no grupo, e as resultantes publicações, como relatórios e artigos.

O que é o Currículo Lattes?
















O Currículo Lattes é um currículo profissional, sendo um documento online com o foco na produção acadêmica. Este currículo é gerenciado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e é obrigatório para quem vai solicitar algum tipo de financiamento de pesquisa, ou para quem leciona no Ensino Superior.

O nome Lattes vem em homenagem a Cesare Mansueto Giulio LATTES, físico, um dos maiores cientistas brasileiros (de acordo com o próprio CNPq) que se encontra na categoria “notáveis”.

O Currículo Lattes é um documento importante para a carreira acadêmica, pois é utilizado para avaliar a qualificação profissional de pesquisadores, professores e estudantes. Ele também pode ser usado para fins de seleção de emprego, bolsas de estudos e outros benefícios.

Como montar o meu Currículo Lattes passo a passo?

Para montar o seu Currículo Lattes, siga os passos abaixo:
1 - Acesse a plataforma Lattes: O primeiro passo é acessar a plataforma Lattes. Para isso clique aqui

2- Cadastre-se na plataforma: Se você ainda não possui um cadastro na plataforma Lattes, será necessário realizar o cadastro. Para isso, clique em "Cadastrar novo currículo" e preencha os dados solicitados.

3 - Preencha as informações pessoais: Na página seguinte, é necessário preencher todos os dados pessoais corretamente e inserir uma foto.

4 - Preencha as informações acadêmicas: Na próxima página, você deve preencher as informações sobre sua formação acadêmica, incluindo cursos de graduação, pós-graduação e outros cursos que você tenha realizado.

5 - Preencha as informações profissionais: Se você já possui experiência profissional, preencha as informações sobre seus empregos anteriores, incluindo cargo, empresa, período de atuação e atividades desenvolvidas. 

6 - Preencha as informações sobre produção acadêmica: Se você possui produção acadêmica, preencha as informações sobre seus artigos publicados, capítulos de livros, trabalhos apresentados em congressos, orientações de alunos e outros trabalhos acadêmicos.

7 - Preencha as informações sobre outras atividades: Se você participa de outras atividades acadêmicas ou profissionais, como grupos de pesquisa, eventos ou organizações, preencha as informações sobre elas.

8 - Confirme os dados: Após preencher todas as informações, confira se tudo está correto e clique em "Salvar".

Atualize o seu Currículo Lattes sempre que fizer alguma nova atividade: É importante manter o seu Currículo Lattes atualizado, adicionando novas informações sempre que necessário. Para isso, basta acessar a plataforma Lattes e clicar em "Atualizar currículo".

Caso tenha dúvidas de como inserir as informações consulte o monitor do laboratório para receber as orientações, ou de forma autônoma verifique nos currículos dos colegas bolsistas, ex-bolsistas e demais participantes como incluir os dados respectivos as atividades do GPHAVI.

Dicas para melhorar o seu Currículo Lattes:
  • Seja claro e objetivo nas informações.
  • Use linguagem formal e evite erros gramaticais.
  • Organize as informações de forma lógica e coerente.
  • Atualize o seu Currículo Lattes regularmente.

O Currículo Lattes é um documento importante para a carreira acadêmica. Seguindo os passos acima, você poderá montar um Currículo Lattes de qualidade que irá ajudá-lo a alcançar seus objetivos profissionais.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Pesquisadora do GPHAVI analisa paisagem da bacia do Itajaí-Açu para conservação














A bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu é uma das mais importantes do estado de Santa Catarina, abrigando uma rica biodiversidade e sendo essencial para o abastecimento de água, energia e transporte da região. No entanto, a bacia também é afetada por diversos processos de degradação, como a fragmentação da paisagem, que pode levar à perda de biodiversidade e à redução da capacidade de resiliência dos ecossistemas.

Neste contexto, a pesquisadora do GPHAVI, Dra. Vanessa Dambrowski, publicou um artigo na revista do Departamento de Geografia da USP, no qual analisou a paisagem da bacia do Itajaí-Açu utilizando a Ecologia da Paisagem. A Ecologia da Paisagem é uma área de pesquisa interdisciplinar que estuda a interação entre os diferentes elementos da paisagem, como a vegetação, o solo, a água e a ocupação humana.

No artigo Análise da ecologia da paisagem da bacia hidrográfica do Rio Itajaí, SC, Brasil, a Dra. Dambrowski identificou que a bacia do Itajaí-Açu é composta por uma grande diversidade de paisagens, incluindo áreas florestais, agrícolas, urbanas e de mineração. No entanto, a pesquisadora também constatou que a bacia apresenta um alto grau de fragmentação da paisagem, com áreas florestais isoladas e fragmentadas.

Os resultados da análise sugerem que a ampliação da proporção de áreas protegidas na bacia do Itajaí-Açu é essencial para garantir a conectividade estrutural e funcional dos remanescentes florestais remanescentes. Isso porque as áreas protegidas desempenham um papel fundamental na conservação da biodiversidade, fornecendo habitat para espécies ameaçadas e contribuindo para a regulação do clima e da qualidade da água.

A pesquisa da Dra. Dambrowski é um importante passo para a conservação da bacia do Itajaí-Açu, assim como para os estudos de ecologia da paisagem e com isso a História Ambiental e o Desenvolvimento Regional Sustentável. Os resultados da análise fornecem informações valiosas para a definição de estratégias de conservação da biodiversidade na região.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Ocorreu nos dias 18 e 19 de dezembro o IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil

https://labhen.historia.ufrj.br/encontro-virtual-de-grupos-de-pesquisa-e-laboratorios-de-historia-ambiental-do-brasil/

O IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil, organizado pelo LabHeN - Laboratório de História e Natureza da UFRJ, reuniu estudos de todas as regiões do país entre 18 e 19 de dezembro de 2023. O evento ocorre desde 2020, época da pandemia de COVID-19, desde então, o LabHeN tem promovido encontros virtuais regulares para promover a interação entre pesquisadores da área da História Ambiental.

Este ano o tema do evento foi Histórias Ambientais, Antropoceno e ecossistemas marinhos: desafios e possibilidades. A mesa de abertura do evento foi proferida pela Dra. Cristina Brito, do Centro de Humanidades da Universidade NOVA de Lisboa. Em sua palestra, a pesquisadora abordou a história humana da vida marinha, apresentando as pesquisas desenvolvidas no campo da História Ambiental Marinha conhecendo de que forma a vida marinha e a sociedade humana se relacionaram nos 2000 anos antes da era industrial. 

Ocorreram diversas apresentações de estudos de História Ambiental representando os grupos e laboratórios do Brasil, essas apresentações estão organizadas em 6 mesas. A seguir organizamos os vídeos do IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil:

Mesa de abertura do IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil




Mesa 1 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil




Mesa 2 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil



Mesa 3 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil





Mesa 4 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil






Mesa 5 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil


Mesa 6 - IV Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Blogger do grupo alcança 190 mil visualizações nos seus 14 anos de funcionamento.

O Blogger do GPHAVI completa 14 anos com 190 mil visualizações. Uma das ferramentas que utilizamos para divulgar nossas atividades acadêmicas e científicas é o blog do GPHAVI, criado em 2009. Ao longo desses 14 anos, o blog vem sendo alimentado com informações sobre nossas atividades e sobre a História Ambiental no geral. Hoje, comemoramos um marco importante: atingimos a marca de 190 mil visualizações no blog. Isso representa uma grande satisfação para o grupo, pois demonstra que o nosso trabalho está sendo visto pelo mundo. Para celebrar essa conquista, compartilhamos alguns gráficos que mostram a quantidade de acessos e a origem dos acessos ao blog.

Como podemos ver, o blog tem uma audiência internacional significativa, com mais visualizações de estrangeiros do que de brasileiros. Isso é muito curioso e nos motiva a continuar produzindo conteúdo de qualidade para um público cada vez mais amplo.





segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Mensagem de final de ano e retrospectiva 2023

 


Estamos chegando ao fim de mais um ciclo solar, o ano de 2023. Durante esse ano, realizamos diversas reuniões usando o Google Meet ou no Teams, nas quais conversamos sobre as iniciações científicas, publicações e atividades do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí. 

A água esteve em voga neste ano. Diversas atividades científicas analisaram a água no Vale do Itajaí, tendo como projeto central História ambiental e desenvolvimento regional da água na bacia hidrográfica do rio Itajaí (SC). Esse projeto está ramificado em outras atividades científicas, como trabalhos de conclusão de cursos e iniciações científicas. O grupo também teve seu primeiro pós-doutorado em curso, com orientação do professor Gilberto. 

As principais atividades estiveram nas iniciações científicas, onde tivemos diversos estudantes da graduação, dos cursos de História, Ciências Sociais e Pedagogia. Foram desenvolvidos os projetos Uma abordagem interdisciplinar no estudo da água na bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu (SC) e História ambiental da água no Vale do Itajaí (SC) nas publicações da Revista Blumenau em Cadernos (1980 a 1999). Também conseguimos publicar textos na MIPE e em periódicos, como os estudos Influência do clima nos imigrantes europeus do Vale do Itajaí-SC (século XIX), publicado na revista Ars Histórica, e A introdução de espécies vegetais no vale do Itajaí-Açu (Santa Catarina) no século XIX, publicado na Acta Geográfica. 

Também na estrutura física de nosso laboratório. Uma enorme conquista dos militantes pesquisadores em conseguir um espaço para ter o laboratório de História Ambiental do Vale do Itajaí. No espaço que estamos agora foram 10 anos de atividades. Mudanças na sala estão acontecendo, vamos esperar o que vai acontecer! Haverá um novo centro de pesquisas de História, onde estaremos juntos! Encerramos o ano de atividades confraternizando no Paiol da FURB, muitos não puderam ir, mas jantamos bem! Os guerreiros do fim! 

Foi um ano onde as práticas pós covid permaneceram, e neste novo ciclo solar retomaremos as atividades presenciais, pois muitos de vocês apenas viveram a web conferência! 

Agradecemos a participação de todos os estudantes da graduação e pós-graduação, e desejamos a todos um feliz final de ciclo, e que o sol brilhe forte para todos em 2024. 

Um fraterno abraço Equipe do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Encerramento das atividades acadêmicas e de pesquisa em 2023

No encerramento das atividades acadêmicas do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí - GPHAVI e do Laboratório de Ecologia e Ornitologia - LABEO, realizado hoje, reuniram-se os membros para marcar o encerramento de mais um ciclo. Este encontro encerra um período de 19 anos e contou com a presença dos membros que perseveraram até o fim. Na imagem da esquerda para a direita estão: o pesquisador Dr. Martin Stabel Garrote, o pesquisador Dr. Carlos Eduardo Zimmermann, a pesquisadora Dr.a Vanessa Dambrowski, e Martin Dambrowski Stabel Garrote, que sempre participou dos encerramentos durante estes 19 anos de atividade.

domingo, 12 de novembro de 2023

A Evolução da Piscicultura e seu Impacto no Desenvolvimento e Meio Ambiente de Blumenau-SC

Em 2009, o pesquisador Martin, sob a orientação do Dr. Marcos Antônio Mattedi, do Núcleo de Estudos da Tecnociência da FURB, conduziu uma pesquisa de História Ambiental com influência dos estudos de Bruno Latour sobre a piscicultura e a formação de uma rede sociotécnica nessa atividade. Como desdobramento desse estudo, foi elaborada a dissertação de mestrado intitulada "A Rede Sociotécnica da Piscicultura: Desenvolvimento e Meio Ambiente no Município de Blumenau-SC".

A piscicultura tem raízes antigas na China e na Europa, propagando-se globalmente ao longo do tempo, adaptando-se às características dos territórios onde foi estabelecida. Blumenau, com seus 519,837 km², localiza-se em 26º 55'08" S e 49° 03' 57" O, fazendo fronteira com Massaranduba, Jaraguá do Sul, Botuverá, Guabiruba, Indaial, Pomerode, Luiz Alves e Gaspar. Esta região, colonizada por alemães, russos, prussianos, poloneses, italianos e outros grupos no século XIX e início do XX, floresceu com o surgimento das indústrias têxteis no início do século XX, tornando-se um polo de desenvolvimento no Vale do Itajaí. A história da piscicultura entrelaça-se à história de Blumenau, sendo introduzida no território graças ao crescimento e à disseminação de políticas de extensão agrícola de organizações internacionais como a FAO, o CERLA, e nacionais como a DNOS, ACARPESC, ACARESC e FUNPIVI, além das condições naturais e contextos socioculturais, econômicos e políticos locais.

A prática de criação de peixes na região de Blumenau iniciou-se com a colonização no século XIX, principalmente para subsistência, mas não se desenvolveu devido à falta de acesso a tecnologias e conhecimentos. As características naturais e as dificuldades de manutenção da atividade limitaram seu crescimento. Entre 1960 e 1990, uma série de fatores políticos e socioeconômicos favoreceram a expansão de novas atividades rurais, impactando pequenos produtores e consumidores de baixa renda. Entidades governamentais, organizações do terceiro setor, universidades, técnicos e indústrias começaram a impulsionar o desenvolvimento da piscicultura, consolidando-a na região de acordo com as possibilidades naturais e culturais do território.

A partir de 1990, uma rede sociotécnica da piscicultura se estabeleceu, envolvendo diversos atores humanos e não humanos. Essa rede proporcionou soluções e inovações, enfrentando desafios passados e presentes, expandindo-se para toda a região e influenciando o desenvolvimento de Blumenau. No entanto, o crescimento da piscicultura não considerou a sustentabilidade da atividade, causando mais danos ambientais do que benefícios.

Em síntese, a prática da piscicultura se consolidou na microrregião de Blumenau graças à participação de políticas públicas, organizações do terceiro setor, universidades, técnicos e indústrias, que incentivaram a atividade e a adaptaram às características do território. Diversos atores passaram a integrar e a desenvolver a piscicultura, gerando crescimento e impactos positivos e negativos no meio ambiente de Blumenau. Quer conhecer o estudo na integra, é só clicar aqui!

domingo, 1 de outubro de 2023

Pesquisadores publicam artigo em Dossiê de História Ambiental na Revista Ars Histórica

A Revista ARS HISTORICA é um periódico de História associado ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS - UFRJ). Em sua 25ª edição, a Revista apresentou o Dossiê Temático "Diálogos em História Ambiental: novas abordagens, fontes e análises sobre a interação entre seres humanos e o ambiente na era do Antropoceno". Esta publicação é reflexo do esforço dos pesquisadores em aprofundar as discussões sobre História Ambiental, explorando suas potencialidades e interligações. Dentre os artigos destacados, encontra-se o trabalho intitulado "A influência das condições climáticas nos imigrantes europeus do Vale do Itajaí-SC (século XIX)", elaborado por Gilberto Friedenreich dos Santos (USP), Suzana Beatriz Petters (FURB), Juliano João Nazário (FURB) e Martin Stabel Garrote (FURB). Este artigo explora o processo de aclimatamento dos colonos europeus no Brasil por meio da análise de relatos colaborativos, buscando compreender o impacto do clima na adaptação desses imigrantes na região sul do país durante o século XIX. Se ficou interessado acesse o estudo dos autores clicando aqui!

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Apontamentos sobre o ciclo hidrossocial no Antigo Egito


O rio Nilo foi uma dádiva para os egípcios. Ele fornecia água para a irrigação, o transporte, a pesca e o abastecimento de água potável. Os egípcios desenvolveram uma série de tecnologias e técnicas para aproveitar ao máximo os recursos hídricos do Nilo.

O ciclo anual de cheias do Nilo era fundamental para a agricultura egípcia. As cheias depositavam um fino limo sobre as margens do rio, que era extremamente fértil. Os egípcios usavam o limo para irrigar suas plantações, que incluíam trigo, cevada, linho e frutas.
Os egípcios também usavam o Nilo para transportar mercadorias e pessoas. Eles construíram uma rede de canais que conectava as principais cidades do Egito. Os canais eram usados para transportar mercadorias agrícolas, como grãos e linho, e também para transportar materiais de construção, como pedra e madeira. Os egípcios também eram pescadores experientes. Eles pescavam no Nilo e nos lagos e pântanos próximos. A pesca era uma importante fonte de alimento para os egípcios. 
Além da irrigação, do transporte e da pesca, os egípcios também usavam a água para o abastecimento de água potável. Eles construíram reservatórios e aquedutos para armazenar e distribuir água potável para as cidades e aldeias.

O ciclo hidrossocial no Antigo Egito pode ser dividido em três fases:
  • Período pré-dinástico (4.500 a.C. - 3.100 a.C.): Nesse período, os egípcios desenvolveram as primeiras tecnologias para aproveitar a água do Nilo. Eles começaram a construir canais de irrigação e reservatórios de água.
  • Período dinástico (3.100 a.C. - 332 a.C.): Nesse período, o Egito se tornou uma civilização avançada. Os egípcios construíram uma grande rede de canais e reservatórios para irrigar suas plantações. Eles também construíram uma série de monumentos e templos que exigiam grandes quantidades de água.
  • Período greco-romano (332 a.C. - 641 d.C.): Nesse período, o Egito foi dominado por gregos e romanos. Os gregos e romanos continuaram a desenvolver as tecnologias egípcias de irrigação.
O ciclo hidrossocial no Antigo Egito é um exemplo de como uma sociedade pode adaptar-se ao uso da água. Os egípcios desenvolveram uma série de tecnologias e técnicas para aproveitar ao máximo os recursos hídricos do Nilo. Essas tecnologias e técnicas permitiram que os egípcios construíssem uma civilização próspera e duradoura.

Algumas tecnologias e técnicas desenvolvidas pelos egípcios para aproveitar a água: 
  • Canais de irrigação: Os canais de irrigação eram construídos para levar água do Nilo para as terras agrícolas. Os canais eram escavados manualmente ou com a ajuda de animais.
  • Reservatórios de água: Os reservatórios de água eram construídos para armazenar água para uso durante a estação seca. Os reservatórios eram feitos de pedra ou argila.
  • Aquedutos: Os aquedutos eram construídos para transportar água para as cidades. Os aquedutos eram feitos de pedra ou concreto.
  • Bombas hidráulicas: As bombas hidráulicas eram usadas para bombear água do Nilo para irrigar as plantações. As bombas eram feitas de madeira ou pedra.
  • Moinhos de água: Os moinhos de água eram usados para moer grãos e outros alimentos. Os moinhos eram movidos pela força da água.
Essas tecnologias e técnicas permitiram que os egípcios desenvolvessem uma agricultura próspera e uma economia florescente.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

O ciclo hidrossocial no antigo Império Romano

Os romanos (na Antiga Roma) tiveram muitas ideias de como usar a água para o seu desenvolvimento e progresso social. Se considerarmos o ciclo hidrossocial sendo um conceito que descreve a interação entre a água e a sociedade,  podemos perceber três elementos principais: a água, a sociedade e a tecnologia. A água é um recurso essencial para a vida humana. Ela é necessária para beber, comer, lavar, irrigar e produzir energia. A sociedade é o conjunto de pessoas que vivem em um determinado lugar. A tecnologia é o conjunto de ferramentas e técnicas que as pessoas usam para interagir com o meio ambiente.

No antigo Império Romano, o ciclo hidrossocial era caracterizado por um alto nível de adaptação da sociedade ao uso da água. Os romanos desenvolveram um sistema avançado de aquedutos, fossas sépticas e sistemas de esgoto. Esses sistemas permitiram que as cidades romanas crescessem e prosperassem. O sistema de aquedutos romanos era um dos mais avançados do mundo antigo. Ele transportava água de fontes distantes para as cidades romanas. Os aquedutos eram construídos com pedra e concreto e eram capazes de transportar grandes volumes de água.

Os romanos também desenvolveram um sistema avançado de fossas sépticas e sistemas de esgoto. As fossas sépticas eram usadas para coletar e tratar os esgotos domésticos. Os sistemas de esgoto eram usados para transportar os esgotos das cidades para fora dos centros urbanos. Esses sistemas de água e esgoto permitiram que as cidades romanas crescessem e prosperassem. Eles melhoraram a saúde pública e a qualidade de vida dos romanos. 
A história ambiental do ciclo hidrossocial no antigo Império Romano pode ser dividida em três períodos:
  • Período inicial (século VII a.C. - século II a.C.): Nesse período, os romanos começaram a desenvolver sistemas de água e esgoto. Os primeiros aquedutos foram construídos e as primeiras fossas sépticas foram instaladas.
  • Período de expansão (século II a.C. - século II d.C.): Nesse período, o Império Romano expandiu-se para o Mediterrâneo e para a Europa. Os romanos construíram novos aquedutos e sistemas de esgoto para atender às necessidades das novas cidades.
  • Período de declínio (século III d.C. - século V d.C.): Nesse período, o Império Romano entrou em declínio. Os sistemas de água e esgoto foram negligenciados e começaram a se deteriorar.

A história ambiental do ciclo hidrossocial no antigo Império Romano é um exemplo de como a sociedade pode adaptar-se ao uso da água. Os romanos desenvolveram sistemas avançados de água e esgoto que permitiram que as cidades romanas crescessem e prosperassem.

sábado, 16 de setembro de 2023

A importância da água no desenvolvimento regional da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí

Esta postagem apresenta os objetivos e metodologia de uma pesquisa em andamento sobre a história ambiental da água e sua importância para o desenvolvimento regional na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, no período de 1850 a 2020. A pesquisa está relacionada com a temática das Humanidades Ambientais e tem como objetivo geral analisar a importância da água no processo de desenvolvimento regional. 

A água é um recurso natural essencial para a vida, sendo fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, os diferentes usos da água determinam o desenvolvimento das comunidades que vivem na região.

A chegada dos imigrantes europeus na segunda metade do século XIX foi um marco na história da bacia, pois trouxe novas formas de apropriação dos recursos hídricos. A agricultura irrigada, a indústria e o turismo são os principais usos da água na região, e todos eles tiveram um impacto significativo no desenvolvimento regional.

No entanto, o crescimento da população e o aumento da demanda por água têm levado a uma série de problemas ambientais, como a poluição e a escassez. A pesquisa em andamento busca analisar a história ambiental da água na bacia, com o objetivo de compreender a importância desse recurso para o desenvolvimento regional e de propor estratégias para a sua conservação.

O objetivo geral da pesquisa é analisar a história ambiental da água e sua importância para o desenvolvimento regional na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí no período de 1850 a 2020. Os objetivos específicos são:

Analisar as impressões sobre a água na história da região;

Identificar e analisar o processo de usos da água e de degradação ambiental da água na região;

Identificar e analisar os conflitos sobre a água na história da região;

Compreender a importância da água no desenvolvimento regional.

A pesquisa é de caráter histórico descritivo qualitativo. A abordagem metodológica é interdisciplinar, abrangendo ciências como História, Geografia e Desenvolvimento Regional. A pesquisa será realizada por meio de pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevistas com atores-chave da região. Os dados coletados serão analisados a partir da perspectiva histórica ambiental. Por ser um projeto amplo, o grupo estará desenvolvendo Iniciações Científicas com estudantes da graduação para responder os objetivos.

Já foram realizadas as seguintes ICs para atender o projeto:

  • História Ambiental da Água no Vale do Itajaí (SC) nas Publicações da Revista Blumenau em Cadernos (1980 a 1999) (Fomento bolsa UNIEDU - Estado de Santa Catarina - projeto em andamento...)

  • Uma abordagem interdisciplinar no estudo da água na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-açu (Fomento de bolsa PIBIC CNPQ - projeto em andamento ...)

  • Abordagens de História Ambiental nas publicações da Blumenau em Cadernos (SC) (Fomento bolsa UNIEDU - Estado de Santa Catarina - projeto finalizado)

  • A água na História do Vale do Itajaí - SC: uma análise das publicações da Revista Blumenau em Cadernos de 1957 a 1979 (Fomento PIBIC- CNPq - projeto finalizado)

A pesquisa em andamento tem o potencial de contribuir para o conhecimento sobre a importância da água no desenvolvimento regional da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. Os resultados da pesquisa adquiridos através das Iniciações Científicas poderão ser utilizados para o desenvolvimento de políticas públicas e ações de conservação dos recursos hídricos na região.

Acompanhe o nossas publicações para saber mais!